QUAIS SÃO OS ALIMENTOS QUE CAUSAM CÓLICA NO BEBÊ?
Quem já precisou acalmar bebês com cólica sabe como ela costuma causar irritabilidade, agitação e choro prolongado e pouco consolável.
Naturalmente, quem cuida do bebê também é afetado de forma indireta pela cólica. Afinal, ela atrapalha a rotina e pode gerar estresse, ansiedade e insônia¹. Apesar desses incômodos, de modo geral, a cólica é comum2 e não sinaliza nada mais grave.
De qualquer maneira, considerando como o problema causa angústia nos cuidadores, é sempre interessante saber mais sobre o assunto e tentar formas de aliviar as cólicas, quando possível. Pensando nisso, listamos 6 principais alimentos que causam cólica no bebê para você ficar por dentro. Acompanhe!
Quais são os alimentos que causam cólica no bebê?
As cólicas são episódios de choro prolongado, excessivo e pouco consolável. Acontecem em até 40% das crianças e costumam cessar até o quarto mês2.
Por isso, conhecer mais sobre o que a ciência tem cogitado como sendo alimentos que causam cólica no bebê ajuda na escolha do que a mãe deve priorizar, considerar retirar ou consumir de sua alimentação com moderação na fase da amamentação. Confira!
1. Leite e derivados
O leite de vaca é rico em proteínas e cálcio, prevenindo doenças e ajudando na manutenção da massa muscular da mãe. Em contrapartida, há estudos que indicam que a ingestão de leite de vaca pela mãe pode aumentar as cólicas no bebê3.
Aqui, é importante diferenciar duas situações possíveis. A primeira é a chance de laticínios intensificarem as cólicas, mas sem que outros sintomas indiquem uma alergia.
Nesse caso, como não se trata de um quadro que impacta o desenvolvimento do bebê, a orientação é de uma conversa com o pediatra para avaliação da necessidade de se retirar esse alimento, pois ele é uma importante fonte de cálcio para a mãe4.
Ainda que se decida pela retirada, isso é feito em etapas, pois, após a supressão por alguns dias, é importante manter o resto da dieta igual e, depois, retornar com o alimento retirado, para fins de comparação.
A segunda situação é a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), uma condição rara3 e que será diagnosticada pelo pediatra com base no quadro de sintomas, entre eles, cólicas.
Em caso de suspeita desse diagnóstico pelo profissional que acompanha bebê e mulher, a orientação é a mãe suprimir o consumo de alimentos que contenham leite de vaca ou, se o bebê tomar fórmula, esta deve ser substituída conforme instruções do médico3.
2. Álcool
Existe a crença popular de que a ingestão de cerveja preta aumenta a produção de leite materno. Você já ouviu falar nisso? Fique atenta, pois não é verdade. O álcool não deve ser consumido de forma alguma durante a gestação e pode ser ingerido com moderação no período da amamentação.
Na lactante, a ingestão de bebidas alcoólicas pode afetar a produção de leite materno, alterar seu gosto e sabor (o que também pode impactar na aceitação do leite pelo bebê), bem como deixar a criança irritada e com dificuldades de dormir4. Esses sintomas tendem a se misturar com os da cólica ou torná-los mais intensos.
3. Cafeína
Outro consumo da mãe que pode afetar o bebê é o de cafeína, substância conhecida pelo seu efeito estimulante. Consequentemente, pode haver piora dos sintomas da cólica, como choro e irritabilidade3.
Logo, é recomendado que a mãe controle o consumo de bebidas com cafeína, como café, refrigerante, energético, chá-preto ou mate. O nível adequado varia para cada pessoa, mas, em geral, é válido evitar acima de 300 mg. No caso do café coado, seria o proporcional a duas a três xícaras por dia.
4. Adoçantes industrializados
Alguns adoçantes industrializados, presentes em bebidas açucaradas (como refrigerante e suco), podem ter maior presença no leite materno, após o consumo frequente. É o caso da sacarina, substância artificial com o poder de adocicar alimentos. Isso pode contribuir para o surgimento de cólicas no bebê4.
Outra razão que explica o malefício do adoçante industrializado para lactantes é que ele pode alterar o sabor do leite materno. Como visto, isso pode interferir na aceitação do bebê na hora de consumi-lo.
5. Chocolate
Muitos chocolates têm como um dos ingredientes de fabricação a proteína do leite, bem como a cafeína. Como visto, essas substâncias podem ter relação com o aumento de cólica nos bebês.
Logo, considere reduzir o consumo do alimento durante o período de lactação, caso tenha percebido alguma relação com os episódios de cólica.
6. Alimentos FODMAPs
Alguns estudos indicam que o consumo pela mãe de alimentos com carboidratos fermentáveis pode ter relação com cólicas no bebê. Esses alimentos são oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis (ou FODMAP)4.
Contudo, são diversos os itens dessa classe. Alguns deles são grãos (como trigo), leite e produtos lácteos, leguminosas, vegetais crucíferos (como couve-flor e repolho) e algumas frutas (como ameixa, maçã, cereja).
Sendo assim, não é recomendada a retirada desses alimentos, sob risco de deficiência nutricional para a mãe. A indicação é sempre que você busque orientações com o pediatra e com profissionais da nutrição, que são as melhores pessoas para avaliarem se há necessidade de restrições alimentares e em que nível.
Esses profissionais também podem sugerir substituições, para que não haja deficiência nutricional da mãe nesse processo.
Por quanto tempo o bebê tem cólicas?
Isso varia de caso a caso, mas a grande maioria tem melhoras significativas até os 4 meses1. Essa informação é relevante, especialmente, para que você faça ponderações acerca de possíveis alterações na dieta.
A tendência, à medida que o bebê vai se desenvolvendo, é que os sintomas melhorem e eventualmente cessem de forma natural. Isso significa que as cólicas são um quadro que tende à autorresolução.
Se não há prejuízo à nutrição e ao peso do bebê, não é necessário restringir a alimentação em um período que já exige tanto da mãe. Por isso, a conversa com o pediatra é sempre importante.
Quais massagens podem aliviar cólicas de bebês?
Além de saber sobre o que as pesquisas têm cogitado como alimentos que causam cólica no bebê, pode ser útil conhecer massagens simples e benéficas para tornar essas cólicas menos frequentes e intensas5.
Para isso, com o bebê deitado em uma superfície, como uma cama, você deve realizar pressões leves e ritmados no sentido horário na barriguinha. Essa técnica pode ser repetida sempre que preciso, mesmo diariamente.
Também é possível fazer o movimento conhecido com "bicicletinha", com o bebê deitado de costas na cama e com o cuidador segurando as duas perninhas, fazendo movimento de pedalar, pressionando levemente a barriga no processo.
Entendeu o que a ciência tem cogitado como os principais alimentos que causam cólica no bebê? Então, fique de olho nos sintomas da criança e em possíveis relações entre itens da alimentação materna e uma maior intensidade da cólica. Essas observações podem ser úteis para uma conversa com o pediatra sobre a indicação de mudanças na dieta.
Referências
- Benninga MA, Nurko S, Faure C, Hyman PE, Roberts IST, Schechter NL. Childhood Functional Gastrointestinal Disorders: Neonate/Toddler. Gastroenterology. 2016;150:1443-55.
- Patient education: Colic (excessive crying) in infants (Beyond the Basics)
- Conheça todos os alimentos que causam cólica no bebê - Nutritotal
- Alimentação na amamentação: o que comer e o que evitar? - Nutritotal
- O uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos